quarta-feira, 4 de julho de 2012

Como prometido, segue abaixo os dois primeiros parágrafos dO Colecionador de memórias. Novamente peço que deixem suas opiniões. Obrigado! =)

Capítulo 1

Eu tinha 26 anos. Carreira promissora, apartamento legal e solitário. Meu apartamento estava constantemente com visita. Sempre cheio. No final do dia, entretanto, era apenas eu. Não tinha uma vida infeliz, pelo contrário. Tive amores, várias namoradas e casos. E minha lista de amigos não era exatamente pequena. Mas desde que sai da casa de meus pais, um sentimento de solidão, constantemente, me acompanha. Diariamente tentava me alegrar lembrando os melhores momentos da minha vida. Revivendo aquele primeiro beijo. Lembrando quando vi o resultado do vestibular e, com a pior nota geral, consegui entrar na faculdade. E, por mais patético e deprimente que isso fosse, funcionava. Eu já era um Colecionador de Memórias sem saber.

A nova fase da minha vida começa numa tarde ensolarada de terça, dia 17 de agosto daquele ano, para ser exato, senti uma forte dor de cabeça e um pouco de enjôo. Dores de cabeça não eram novidade para mim, mas essa foi excepcionalmente forte. E o enjôo me pegou de surpresa. Alguma coisa estava bem errada. A dor chegou rápido e com fervor. Fui imediatamente ao médico. Não podia vacilar. E fiquei internado por duas semanas. Os primeiros três dias foram tranquilos. Bem tranquilos na verdade. Pedi para trazerem meu notebook e fiquei três maravilhosos dias de jogatina. The Witcher 2, The Amazing Spider-Man e o, já eterno, Diablo III. Foi no quarto dia, no meio de uma batalha fervorosa contra o Diablo,  que me deram a pior notícia da minha vida. Eu tinha um tumor no lobo temporal. Só que não qualquer tumor. Um tumor novo que estava destruindo, e reconstruindo meu cérebro. Os médicos não sabiam o que fazer. Eu não sabia o que fazer. O meu Demon Hunter não sabia o que fazer. Neste momento que bate o caminhão sem freio. Baseado na taxa de crescimento do tumor naqueles dois dias, eu tinha mais um mês de vida. Um mês de vida. Definitivamente não é a melhor lembrança da minha vida.

2 comentários:

  1. Oi!

    Achei ótima a sua iniciativa de escrever um livro e minha ideia é acompanhar esse processo da forma mais assídua possível.
    A história é instigante e estou curiosa para saber o desenrolar e desfecho...
    Uma observação sobre o 1º paragrafo é que várias frases se iniciam com "Mas". Acredito que ficaria melhor se isso mudasse um pouco...

    Grande abraço,
    Izabella França

    ResponderExcluir
  2. Muito obrigado pelo comentário Iza! Fico feliz que a trama lhe deixou instigada.
    E você tem toda razão... Acabei abusando um pouco do "mas"... Vou reescrever e atualizar aqui!

    Abraço!
    Bill.

    ResponderExcluir