domingo, 8 de julho de 2012

E mais um trecho dO Colecionador de Memórias! Não deixem de deixar sua opinião e compartilhar para todos! =)

Eu não tenho memória deste olhar. O eu de hoje desconhece essa visão. Se isto é uma benção ou uma maldição, somente o tempo dirá. Ele começou a balbuciar algumas palavras. Lágrimas começaram a escorrer de seu rosto. Ele só conseguiu falar duas palavras. Não lembro. Visivelmente abatido, ele abriu um sorriso timido e me deu as costas. Chorando silenciosamente, ele voltou para casa. Eu não entendia o que havia ocorrido. Por que eu tenho essa memória? Por que ele não lembrava dela? Fiquei o dia inteiro procurando uma resposta lógica. Sem sucesso é claro.

Acordei no dia seguinte lembrando do nascimento de Joana. O mais perturbador disso, foi que eu lembrei do nascimento de Joana. Um dia depois de ter “vivido” a memória. Eu não entendi nada. Depois de ler o relatório do dia anterior pelo menos a origem da lembrança me foi revelado. Mas as perguntas continuavam. Aparentemente eu não havia conseguido responder elas no dia anterior. Resolvi ir na casa deste meu amigo. A mulher dele atendeu a porta. Ela me reconheceu e me comprimentou com um beijo no rosto. No momento que seus lábios tocaram minha face, senti novamente a tontura. Então eu lembrei de quando Joana falou a primeira palavra. Mãe. Eu estava terminando de secar ela, depois de um banho, quando ela olhou para mim e disse mãe. Fiquei sem palavras. Uma tímida lágrima escorreu do meu olho esquerdo e eu perguntei para Joana o que ela havia falado. Mãe ela disse novamente. A minha filha, com aquele rosto angelical, toda fofa, disse “mãe”. Eu abracei ela e comecei a chorar. Cássio entrou desesperado, achando que algo grave havia acontecido. Quando contei ele ficou feliz, mas um pouco decepcionado eu acho. Para mim foi possivelmente o melhor momento da minha vida. Quando abri os olhos, lágrimas escorriam pelo rosto. A mulher de Cássio visivelmente confusa perguntou se eu estava bem. Estou, eu respondi enquanto secava uma lágrima de meu rosto. Na verdade eu estava muito bem. Aquela lembrança me encheu de alegria e esperança.

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